"Aqueles que recebem cedo toque suficiente têm, como mudas bem regadas e cuidadas, maior possibilidade de vicejar e se tornar plantas saudáveis."
Eva Rich
Anne Geddes (Vida)
Estar gravida é um período único, afinal, mesmo que a mulher tenha várias gestações, é apenas uma vez que ela vive a gravidez daquele Ser que está a se desenvolver dentro do seu corpo.
Viver a gravidez de maneira plena é preparar-se para a maternidade.
A gravidez é uma preciosa oportunidade para estar atenta a sí. Com a sensibilidade e a percepção intuitiva estimulada, é uma oportunidade única de sintonizarmos com o nosso estado mais profundo e tornar-se mais consciente de si mesma, das suas capacidade geradoras de vida.
Dedique algum tempo para se ouvir, atentamente. Você começará a reparar nas maneiras sutis como você e seu bebê reagem as escolhas que você faz. Ao se harmonizar com suas próprias experiências sensoriais, naturalmente, você se descobrirá diminuindo o ritmo, indo mais devagar e se tornando cada vez mais presente, mais consciente.
Você adquirirá clareza em sua vida e terá a experiência de mais paz interior. Isso exercerá profundo impacto sobre as primeiras experiências do mundo de seu bebê.
Atividade celular contínua marca o primeiro mês de gravidez, preparando o palco para o desenvolvimento dos tecidos, órgãos e sistemas fisiológicos de seu bebê. Já desde a quinta semana depois da concepção, os componentes básicos de seu sistema nervoso estão formados, inclusive um cérebro primitivo, um cordão espinhal (medula) e o equipamento sensorial para audição, tato, visão, paladar e olfato.
Um bebê aprende a associar os sons no útero materno com sensações de conforto e desconforto desde muito cedo. O estado emocional da mãe é transmitido ao feto através de moléculas que ela expele. Se a mãe está em uma conversa agradável, amorosa ou ouvindo uma música que gosta, seu cérebro deflagra a liberação de substâncias químicas que refletem seu estado calmo e confortável. Esses mensageiros químicos viajam pelos sistemas circulatórios materno e fetal, agora ligados pelo cordão umbilical, influenciando os sentimentos do bebê no útero junto com os da mãe. Se por outro lado a mãe está estressada ou passando por um momento desagradável, seu corpo pulsa sunstâncias químicas que podem desencadear o desconforto no feto. É fácil imaginar a aflição de um bebê por nascer que é regularmente exposto a sons nocivos.
O coração de sua mãe bate disparado, enquanto suas glândulas supra-renais segregam jatos finos de hormônios estressantes. O bebê no útero ativa sua própria resposta de fuga ou luta, mas infelizmente não pode nem fugir nem lutar contra a fonte de sua provocação. As sementes da ansiedade, apreensão e hostilidade são plantadas no útero. O bebê aprende a associar sons com sensações interiores.
É irreal esperar que uma gestante (ou não) seja capaz de não passar por situações desagradáveis durante a gestação, bem como não é saudável que a mãe se preocupe com seu bebê cada vez que tiver um aborrecimento ou desentendimento. O ideal é que tenha consciência de que o ser dentro do seu ventre está ouvindo a sua vida e sempre que possível exponha-se a sons e sensações agradáveis que lhe façam bem, influenciando de forma positiva a experiência intra-uterina de seu filho.