Este é um lugar de alma materna.
"
Compartilhar o que penso e o que acredito ser um caminho de vida que gera mais Vida é o porque desse lugar existir.
Acredito na capacidade e potencialidade humana de maternar. E que, cada um tem o seu jeito e a sua maneira de expressar esse cuidado. O momento da gestação é uma oportunidade natural e fisiológica, em que a Vida nos dá a possibilidade de vivenciar de forma plena e potente essa capacidade humana. Nesse velho-novo caminho de resgate consciente da gestação-parto, que possamos ter dúvidas e medos, sem nos sentirmos cobradas e/ou culpadas, por nós ou por outras(os).
Que vocês mulheres sejam bem-vindas, e que, vocês homens, também sintam-se à vontade. Pois, o futuro será pleno, quando mulheres e homens, juntos, abraçarem seus papéis no cuidar."

Transformar nossos gestos em Cuidar para que mais vida possa surgir e se perpetuar é um caminho possível.
Por crer acredito, e por acreditar, trilho no caminho de fazer os meus gestos integrados. Íntegro e coerente com o que sinto-pensando e penso-sentindo.

Doula - O que é?

"Quando é que vamos nos dar conta que nosso foco não deve ser combater as cesarianas desmedidas e abusivas, mas melhorar a assistência ao parto de tal forma que escolher uma cesariana para ter um filho tornar-se-á a mais tola das decisões?"
"Maximilian"


A palavra "doula" vem do grego "mulher que serve".

   Uma doula é uma mulher que dá suporte físico, emocional e informativo a outras mulheres antes, durante e após o parto.
   Segundo a Organização Mundial de Saúde, no seu guia "Assistência ao Parto Normal: um guia prático", uma doula é "(...) uma prestadora de serviços que recebeu formação básica sobre o parto e que está familiarizada com uma ampla variedade de procedimentos de assistência. Fornece apoio emocional, o qual consiste em elogios, reafirmação, medidas para aumentar o conforto materno, contacto físico (... ) explicações sobre o que está a acontecer durante o trabalho de parto e uma presença amiga constante."
   Antigamente, esse "servir" referia-se as mulheres que acompanhavam durante todo o parto outras mulheres que estavam em trabalho de parto. Geralmente, essas acompanhantes eram mulheres experientes que já tinham filhos e já haviam passado pela mesma experiência. Depois do parto, essas mulheres também partilhavam informações sobre o como conviver naquele novo momento familiar.
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   Hoje, as doulas são mulheres acompanhantes e capacitadas a oferecer apoio físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto. Apoio que se traduz num resgate profundo e pleno da maternidade, que é, a capacidade inata e natural que a mulher possue em gestar, parir, amamentar e cuidar.
   Conforme o parto foi passando para a esfera médica fomos perdendo o contato com as mulheres mais experientes. Dentro de hospitais e maternidades, a assistência passou para as mãos de uma equipe especializada: o médico obstetra, a enfermeira obstétrica, a auxiliar de enfermagem, o pediatra. Cada um com sua função bastante definida no cenário do parto. O médico está ocupado com os aspectos técnicos do parto. As enfermeiras obstetras passam de leito em leito, se ocupando hora de uma, hora de outra mulher. As auxiliares de enfermeira cuidam para que nada falte ao médico e à enfermeira obstetra. O pediatra cuida do bebê. Apesar de toda a especialização, ficou uma lacuna: quem cuida especificamente do bem estar físico e emocional daquela mãe que está dando à luz? Essa lacuna pode e deve ser preenchida pela doula ou acompanhante do parto.
   O ambiente impessoal dos hospitais, a presença de grande número de pessoas desconhecidas em um momento tão íntimo da mulher, tende a fazer aumentar o medo, a dor e a ansiedade. Essas horas são de imensa importância emocional e afetiva, e a doula se encarregará de suprir essa demanda por emoção e afeto, que não cabe a nenhum outro profissional dentro do ambiente hospitalar.
  • A doula e o pai ou acompanhante
   A doula não substitui o pai (ou o acompanhante escolhido pela mulher) durante o trabalho de parto, muito pelo contrário. O pai muitas vezes não sabe bem como se comportar naquele momento. Não sabe exatamente o que está acontecendo, preocupa-se com a mulher, acaba esquecendo de si próprio. Não sabe necessariamente que tipo de carinho ou massagem a mulher está precisando nessa ou naquela fase do trabalho de parto. 
   Eventualmente o pai sente-se embaraçado ao demonstrar suas emoções, com medo que isso atrapalhe sua companheira. A doula vai ajudá-lo a confortar a mulher, vai mostrar os melhores pontos de massagem, vai sugerir formas de prestar apoio à mulher na hora da expulsão, já que muitas posições ficam mais confortáveis se houver um suporte físico.



IMPORTANTE!! Garantia de direito a acompanhante no parto para todas as mulheres
   Todas as gestantes brasileiras têm direito a um acompanhante da sua escolha durante o trabalho de parto, parto e pós-parto. Estudos científicos demonstram que a presença de um acompanhante no parto traz grandes benefícios para a mãe e para o bebê: diminui a ansiedade, a dor e complicações do parto, os bebês nascem em melhores condições de saúde; aumenta o envolvimento da família no cuidado do bebê e da puérpera, além de promover a amamentação.
   Desde 2005, o presidente Lula sancionou a lei 11.108, que garante que todas as gestantes têm direito a acompanhantes no parto. Conforme o "GUIA DO DIREITO À SAÚDE - Sistema Público de Saúde (SUS), medicamentos e planos de saúde", publicado pelo IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor):
   "As parturientes também têm direito a acompanhante durante o trabalho de parto e pós-parto nos hospitais públicos e conveniados com o SUS, de acordo com a Lei 11.108/05. O acompanhante da parturiente terá direito a acomodações adequadas e às principais refeições durante a internação. Os hospitais públicos e os conveniados com o SUS terão o prazo de 6 (seis) meses, contados a partir de 06 de dezembro de 2005, para se adequarem à Portaria 2.418 do Ministério da Saúde, que especifica este direito."
Fonte: GAMA

  • O que a doula faz?
Antes do parto a ela orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais variadas formas.

Durante o parto a doula funciona como uma interface entre a equipe de atendimento e o casal. Ela explica os complicados termos médicos e os procedimentos hospitalares e atenua a eventual frieza da equipe de atendimento num dos momentos mais vulneráveis de sua vida. Ela ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, mostra formas eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento, etc..

Após o parto ela faz visitas à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebê.
  • O que a doula não faz?
   A doula não executa qualquer procedimento médico, não faz exames, não cuida da saúde do recém-nascido. Ela não substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. Também não é sua função discutir procedimentos com a equipe ou questionar decisões.

Vantagens: as pesquisas têm mostrado que a atuação da Doula no parto pode diminuir:  
  • 20% a duração do trabalho de parto
  • 60% dos pedidos de anestesia
  • 40% o uso da ocitocina
  • 40% o uso do fórceps
  • 50% as taxas de cesárea
IMPORTANTE!! Vale lembrar que a Doula NÃO executa qualquer procedimento médico e NÃO faz exames.  Portanto ela NÃO substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto.
Fonte: www.doulas.com.br